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Estudo põe Facebook no centro de debate ético sobre o uso de dados

Por Auris Sousa | 02 jul 2014

Um estudo do Facebook, realizado em 2012, sobre as emoções dos usuários levou a um exame de consciência entre os pesquisadores e pedidos para que diretrizes mais éticas sejam estabelecidas no mundo on-line. É o que mostra reportagem divulgada nesta terça-feira, 2, pelo jornal Valor Econômico.

Os pesquisadores descobriram que usuários que viram mais postagens positivas tenderam a escrever mais mensagens positivas, e vice-versa. O estudo foi divulgado na publicação acadêmica “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS) em junho, mas provocou indignação após um blog afirmar, na sexta-feira, 27, que ele usou os usuários do Facebook como “ratos de laboratório”.

Em resposta, o Facebook informou na segunda-feira, 30, que o estudo pode ter incluído usuários com menos de 18 anos. A empresa afirmou que revisou suas diretrizes desde que a pesquisa foi feita e que estudos propostos agora passam por três avaliações internas, incluindo uma centrada na privacidade dos dados dos usuários.

O incidente destaca como empresas e pesquisadores usam o vasto volume de dados criados on-line. Empresas de internet incluindo o Facebook e o Google constantemente fazem ajustes nos sites por razões que incluem levar o usuário a clicar em mais links, ou mais anúncios, que são as principais fontes de receita.

Os críticos dizem que esses testes envolvem questões éticas quando conduzidos em redes amplas como o Facebook, com 1,3 bilhão de usuários. “É de fato uma oportunidade para discutir a grande força que essas empresas têm sobre nossas vidas”, diz Zeynep Tufekci, professor de sociologia da Universidade da Carolina do Norte que estuda os impactos sociais da tecnologia.

A equipe do Data Science, do Facebook, quer utilizar os dados dos usuários para pesquisas de mercado e acadêmicas. Ela tem feito estudos sobre tudo, desde quem está assistindo à Copa do Mundo até como a comunicação dos usuários muda depois que os parceiros terminam o relacionamento e se mensagens positivas se espalham mais rapidamente que as negativas.

Quando o Facebook trabalha com pesquisadores acadêmicos, os dados que fornece devem ser aprovados pelo conselho de avaliação independente da universidade. Mas alguns estudiosos dizem que o incidente ressaltou o enfraquecimento desse sistema, porque esses conselhos não estão acostumados a dados coletados de milhões de usuários que estão publicando informações sobre si mesmos on-line.

“Os conselhos de avaliação institucional ainda estão colocando os pés nas pesquisas de redes sociais”, afirma Leslie Meltzer Henry, membro do corpo docente do Instituto de Bioética da Universidade Johns Hopkins.

Muitos pesquisadores se questionaram se os 689.003 usuários do Facebook cujo “feed” de notícias foi alterado foram devidamente informados sobre o estudo e o autorizaram. O Facebook afirmou que os usuários concordaram com os estudos quando eles se inscreveram na rede e concordaram com os termos de serviço do site. [Fonte: Valor Econômico / Acesso a matéria na integra pelo http://www.valor.com.br/empresas/3601160/estudo-poe-facebook-no-centro-de-debate-etico-sobre-o-uso-de-dados]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18