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Encontro sobre os 35 anos da Semsat resgata e fortalece luta por saúde e segurança

Por Auris Sousa | 22 maio 2014

Eliezer João de Souza trabalhava na Eternit, quando em 1979, acontecia a 1ª Semsat (Semana de Saúde do Trabalhador)  com o tema doenças pulmonares. Hoje, 35 anos depois, o companheiro preside a Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto) e é um dos principais militantes da luta pelo banimento da fibra.

A história do companheiro retrata  a importância da primeira edição da Semana que foi lembrada na quarta-feira, 21, no auditório do Dieese em encontro organizado pelo Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho) que resgatou e fortaleceu a luta por saúde e segurança no local de trabalho.

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“Durante a 1ª Semsat eu estava produzindo a todo vapor. Eu não tinha consciência do perigo que estava correndo tendo contato com o amianto. A 1ª Semsat abriu os olhos de todo mundo. Eles [sindicalistas, médicos e advogados] não imaginavam o bem que iam fazer aos trabalhadores”, relatou Souza.

A avaliação do companheiro não é exagerada. “O trabalho estava matando, adoecendo. No entanto, as doenças não apareciam nos registros da Previdência”, recordou o vice-presidente do Sindicato, Carlos Aparício Clemente.

Avanços  – Foi a partir da 1ª Semana que, em 1980, o Diesat foi criado, com o objetivo de  subsidiar os sindicatos com informações sobre as causas de adoecimentos e mortes relacionadas ao trabalho. No entanto, a entidade fez mais e protagonizou várias batalhas em prol da saúde dos trabalhadores.

“Contribuiu com a criação das Varas Previdenciárias, para tratar apenas das questões ligadas a Previdência Social. Também iniciamos a luta das ações regressivas – que mais tarde se transformou em Lei”, explicou o advogado Antonio Rebouças.

Avançar e não retroceder – Rebouças alertou o movimento sindical da necessidade de defender a permanência dos direitos já conquistados pelos trabalhadores. Isto porque com frequência eles são alvos de debates entre deputados e senadores, que tendem a precarizá-los. Como por exemplo, o projeto de lei que mudar o auxílio doença para auxílio incapacidade. Segundo Rebouças, na prática, essa mudança pode prejudicar a saúde do trabalhador, que não terá direito ao auxílio doença.

Já Clemente chamou a atenção da participação dos sindicatos para que contribuam com o fortalecimento do Dieese e do Diesat. “Tem muitos sindicatos que não são sócios do Dieese e Diesat e querem defender o trabalhador, querem ter informação econômica, querem informação para luta, mas não querem contribuir para ter um departamento intersindical forte”, reforçou.

Para o médico Herval Pina Ribeiro, o movimento sindical deve se unir para tornar mais equilibradas as relações entre capital e trabalho, para que o país seja, de fato, democrático. “Vamos colocar o capital contra a parede. Ou a classe trabalhadora se une, ou não existe classe trabalhadora e luta que a gente possa ganhar”, ressaltou.

Também marcaram presença o jornalista Sergio Gomes, diretor da Oboré, e o cartunista Laerte Coutinho. Ambos contribuíram com a criação do Gibi do Trabalhador, com charges alusivas ao mundo do trabalho. Representantes das centrais sindicais também participaram do encontro. Veja na galeria de fotos.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18