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Emprego de baixa qualidade compromete qualidade de vida

Por Cristiane Alves | 23 jan 2020

Não basta conquistar uma vaga no mercado de trabalho para ter uma vida melhor. Esse trabalho precisa ser decente, ou seja, respeitar as pessoas e seus direitos, contemplando remuneração, diálogo social, entre outros pilares fundamentais. Garantias cada vez mais distantes de mais de 3,3 bilhões de pessoas empregadas no mundo, que, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), em 2018, não tinham níveis adequados de segurança econômica, bem-estar material ou oportunidades para avançar.

Fila do emprego no Brasil, onde 12,5 milhões de pessoas estão desempregadas

No total, 172 milhões de pessoas não tinham emprego no ano passado — em cada 20 indivíduos em idade produtiva —, de acordo com o relatório “Tendências do Emprego Global 2019”. No Brasil são 12,5 milhões de desempregados, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para 700 milhões de pessoas ter um emprego assalariado não as livra de viver na extrema ou moderada pobreza. 

Sobre o desafio de reduzir o desemprego, o relatório da ONU identificou falta de oportunidades para aqueles que desejam trabalhar. Isso inclui aqueles que gostariam de mudar de empregos de meia jornada para jornada completa e para empregos de longo prazo, mas ficaram tão desencorajados que desistiram de procurar (desalento). No Brasil, cresce formas de contratação precárias, legalizadas pela reforma trabalhista, como contratos intermitentes, que distanciam o país e os trabalhadores de condições de trabalho decentes.

Entre as principais questões trabalhistas apontadas no relatório está a contínua falta de progresso na redução das desigualdades de gênero no trabalho, com menos de 50% das mulheres na força de trabalho em 2018, comparadas a três quartos dos homens.

Outro desafio é o tamanho do setor informal — com 2 bilhões de trabalhadores, ou 61% da força de trabalho global. Além do desemprego entre os jovens: uma em cada cinco pessoas com menos de 25 anos não está empregada, não estuda ou está sob treinamento.

Notando como o nível de desenvolvimento de um país está ligado à disponibilidade de trabalho razoavelmente bem pago ou proteções sociais adequadas para aqueles que precisam, o relatório lembrou que estas e outras conquistas ainda estão longe do alcance de muitos.

Fotos: Roberto Parizotti – Fotos Públicas

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18