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Cumprimento da Lei de Cotas supera os 100% na região

Por Cristiane Alves | 18 fev 2016

A luta pela inclusão alcançou uma importante vitória na região de Osasco: 104,6% das vagas geradas pela Lei de Cotas (artigo 93 da lei 8.213/91) nas metalúrgicas da base do Sindicato estão preenchidas. É o que revela a 10ª pesquisa anual “Lei de Cotas: Trabalhadores com Deficiência no Setor Metalúrgico de Osasco e Região”, divulgada pelo Sindicato na manhã desta quinta-feira, 18.

A pesquisa tem como base questionários respondidos pelas empresas dos 12 municípios da base territorial do Sindicato, a respeito do número de pessoas com deficiências contratadas em dezembro de 2015.

É a primeira vez que a inclusão alcança este patamar, que demonstra que há empresas que contratam muito mais pessoas com deficiência que o determinado pela lei, o que deixa claro que a obrigação legal deixou de ser o único motivo para as contratações. Setores como o de autopeças puxam as contratações, com 111,6% das vagas preenchidas. 

Gedeon da Silva Lima é ferramenteiro é um dos exemplos de contratados neste setor. Ele trabalha há 12 anos na metalúrgica Cinpal. “Trabalhar é melhoria, é ter força de vontade, a gente muita coisa diferente, tecnologia”, conta. 

Porém, a pesquisa também registra os impactos da crise econômica na categoria como um todo e seus prejuízos a contratação de pessoas com deficiências. A Lei de Cotas determina que 2% a 5% do número do quadro total de pessoal de empresas com cem ou mais trabalhadores. Com as demissões geradas pela crise, 13,1% das empresas deixaram de ser obrigadas a cumprir a lei, causando redução de 25,1% das vagas que potencialmente poderiam ser geradas pela lei. “Desapareceram os empregos e está diminuindo e muito as oportunidades para as pessoas com deficiências pela Lei de Cotas”, explica Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania e vice-presidente do Sindicato.

Por outro lado, outras 58 empresas que também se enquadrariam na mesma situação, elevaram o número de contratações. “Elas poderiam ter optado por demitir, mas fizeram diferente. As empresas mantiveram o compromisso com a inclusão, mesmo estando desobrigadas”, enfatiza Clemente

Apesar do avanço, a pesquisa ainda demonstra a persistência da preferência por certos tipos de deficiência: trabalhadores com deficiência física e auditiva representam 73,1% dos contratados. 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18