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Com 40 horas, metalúrgicos da Aisin estão à frente da legislação

Por Auris Sousa | 23 abr 2014

Trabalhar 44 horas é coisa do passado na Aisin, em Alphaville.  Isso porque os companheiros conquistaram neste mês a reivindicação histórica da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem corte no salário. 

A conquista é resultado da organização dos metalúrgicos, mobilizados pelo Sindicato. Ela veio de forma progressiva, quando em 2010 a nossa entidade firmou o acordo com a empresa. Wellington Rodrigues, delegado sindical, acompanhou a chegada das 40 horas de perto. No início, ele aproveitou para retornar aos estudos. Hoje consegue acompanhar seu filho na escola. “Ele está naquela fase de adaptação, está no primeiro ano. Eu o busco e vejo minha participação neste processo como um incentivo”, explica. 

Acompanhamento que José Jailson também privilegia. Graças à redução da jornada, agora ele chega mais cedo em casa e consegue ficar mais próximo de seu filho, que mora em outro estado. “Antes passava tempo sem falar com ele. Agora chego em casa, vou no computador, converso e o vejo pela webcam”, conta sorrindo. 

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A esposa de José também colhe os frutos da redução, pois ganhou um reforço nos afazeres domésticos. “No primeiro dia que cheguei mais cedo ela estranhou, achou que eu tinha sido mandado embora. Agora dá para dar uma força lá em casa”, conta. 

Disposição não falta – Além de mais tempo para família, a companheira Maria Pilecarte sentiu a qualidade de vida que as 40 horas oferece. “No geral, o cansaço diminuiu bastante, o dia a dia ficou mais fácil. E ainda sobra tempo para ficar com minha filha”, detalha. 

A metalúrgica Damiana Medeiros concorda. “É mais tempo para descansar. Mais tempo para mim, agora vou conseguir me especializar. Quero fazer um curso de gestão de qualidade, me qualificar para comprar minha casa própria”, planeja. 

Recém-contratada, Leticia, que era jovem aprendiz, se sente feliz de já iniciar sua carreira numa empresa que adere as 40 horas. “Não pego trânsito para ir à faculdade, consigo marcar meus exames depois do horário de serviço e ainda consigo dar um tapinha no visual antes de ir estudar. Estive vendo e vai dar até para eu fazer um curso de excel antes da faculdade”, comenta. 

Os companheiros explicam que a redução também contribuiu para integrar ainda mais a equipe, porque agora sobra mais tempo para fazer aquele famoso Happy hour.  Os benefícios também são vistos nas contratações. “Segunda-feira [14] começaram a trabalhar aqui 14 pessoas. Em maio teremos mais 10 contratações”, informa Nadir de Moura Borges, coordenadora do RH (Recursos Humanos) da Aisin. 

Fortalecer o Sindicato é primordial

“Necessário. Se não fosse o Sindicato, não sei se teríamos conseguido a redução”, avalia Wellington. A companheira Maria divide a mesma opinião. “Os colaboradores devem agradecer ao Sindicato. Se ele não fosse presente, isso não seria possível. Por isso é importante ser sócio”, ressalta. 

Os companheiros dizem isso porque sabem que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais segue parada no Congresso Nacional. Mas que enquanto isso o nosso Sindicato não mede esforços para conquistar a redução nas fábricas de Osasco e região. “Quando as partes se conversam o resultado sempre é positivo”, avalia o diretor do Sindicato Alex da Força.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18