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Ato e Canto pela Vida faz ecoar luta por trabalho seguro

Por Auris Sousa | 28 abr 2025

A união de esforços e de comprometimento fez ecoar a luta em defesa da vida da classe trabalhadora durante a segunda edição do Ato e Canto pela Vida, realizada neste domingo, 27, na Praça Vladimir Herzog Espaço Cultural a Céu Aberto Elifas Andreato. O evento, organizado por 73 entidades, marcou o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho.

Ato e Canto Pela Vida lotou a Praça Vladimir Herzog Espaço Cultural a Céu Aberto Elifas Andreato [Foto: Jorge Araújo]

À medida que cada companheiro e companheira chegava, a Praça ganhava vida. Repertórios musicais como: “…Hoje dentro da realidade. Onde está a liberdade. Onde está que ninguém viu…” embalaram os encontros, que abriram espaço para o Canto, com apresentações de Paulinho Timor e Os Inimigos do Batente. 

Em seguida, o Ato tomou corpo, com falas fortes e necessárias que reforçaram que o trabalho deve ser sinônimo de dignidade e proteção, nunca de sofrimento. “Esse ato tem uma importância fundamental pela preservação da vida, pela dignidade da pessoa humana. Ainda mais aqui na Praça Vladimir Herzog, já que o Vladimir foi assassinado”, avaliou Remígio Todeschini (Remí), diretor da Diretoria de Conhecimento e Tecnologia da Fundacentro.

Ato reforçou a necessidade de proteção a vida da classe trabalhadora [Foto: Auris Sousa]

Desafios – Entre os principais desafios da classe trabalhadora no combate aos acidentes, Remí destacou três prioridades: a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6X1; reforçar o papel democrático nos locais de trabalho com as CIPAs funcionando; e o trabalho integrado dos órgãos públicos.

Para Antonio Fojo, chefe de fiscalização da SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) em São Paulo, o ato “mostra a organização sindical, de entidades e do poder público no combate” aos acidentes de trabalho no Brasil.

Os números falam por si: no país, a cada três horas uma pessoa morre em decorrência de riscos laborais, segundo o Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho. Um dado alarmante que exige de todos nós ação, consciência e compromisso. Cada número representa uma vida interrompida que poderia, em muitos casos, ter sido evitada.

Sindicato esta entre as entidades organizadoras do Ato e Canto pela Vida [Foto: Auris Sousa]

Em manifesto unitário, além de destacar os dados do trabalho inseguro, as entidades compartilharam “uma série de questões que mostra o que o governo, o movimento sindical e o movimento social devem fazer para que, juntos, a gente faça, de fato, o combate aos acidentes de doenças relacionadas ao trabalho”, explica Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania e assessor do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região.

Conquistas – Na esteira de tanta dor e luta, Luis Carlos de Oliveira (Luisinho), secretário nacional da Secretaria Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador da Força Sindical, destacou uma conquista recente: “Conseguimos incluir os riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Então, a partir de 26 de maio deste ano, as empresas serão obrigadas a fazer o gerenciamento também dos riscos psicossociais”.

Sobre as mudanças que têm sido destaque na grande imprensa, Luisinho esclareceu que elas não alteram o propósito da norma: “Não adiou nada, ela entra em vigor neste ano. O que muda é que, neste primeiro ano, as empresas não serão multadas, mas sim orientadas a se adequarem”, explicou.

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