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A questão dos impostos

Por Auris Sousa | 04 mar 2016

Reclama-se muito da carga tributária no Brasil. A baixa qualidade de retorno em serviços é um bom motivo. Quanto ao percentual bruto em si, há controvérsias, a discussão centrada neste item esconde a cota de sacrifício de cada brasileiro ao pagar seus impostos.

A carga tributária – simplificando, os impostos – é muito mal distribuída, pesando sobretudo nos assalariados e muito pouco sobre os ricos. Ela é sobretudo indireta, incide no produto não na capacidade de pagamento de cada um, trata os desiguais igualmente. Mais justo são os impostos diretos, como o imposto de renda (IPTU, IPVA), que incidem sobre a capacidade de pagamento do contribuinte. Quem pode mais, proporcionalmente paga mais. O nó da questão é que mesmo o imposto de renda que já teve alíquotas para os ricos de mais de 50%, hoje tem uma alíquota máxima de somente 27,5%. O imposto mais justo, que trata os desiguais desigualmente por força da pressão dos ricos está achatado e trata todos quase igualmente.

Campanhas contra os impostos devem ser olhadas com muita, muita desconfiança, pois nunca tocam no essencial: no Brasil os mais pobres pagam relativamente mais impostos que os ricos, os quais usam todas artimanhas para fazer a cabeça da maioria que são trabalhadores para que apoiem as demandas deles. O essencial é reverter esta equação.

Antônio Carlos Roxo, economista,
doutor pela USP, analista da Fundação Seade
e professor do Unifieo

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18