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Esperança e resistência em 2018

Por Cristiane Alves | 15 dez 2017

O ano de 2017 termina com um saldo de muito retrocesso para os direitos da classe trabalhadora: reforma trabalhista, lei da terceirização, arrocho sobre Saúde e Educação, privatização do patrimônio nacional e ainda, para fechar o ano, o governo pode encaminhar a votação da reforma da Previdência. Somado a isso, temos o aumento da concentração de renda, do trabalho escravo e infantil. O resultado do golpe não poderia ser mais desastroso para nós.

Mas nenhum desses ataques aconteceu sem que houvesse resistência da classe trabalhadora. Foi um ano de intensa movimentação, dentro e fora dos locais de trabalho. Na nossa base, o Sindicato foi muito presente nas portas de fábrica, alertando sobre as ameaças, esclarecendo quanto aos riscos e a necessidade de fortalecimento da luta. Junto a outras entidades, fizemos fortes manifestações, incluindo a Marcha à Brasília e a Greve Geral.

O ano de 2018 será de ainda mais acirramento da luta de classes. A perspectiva é que a pressão empresarial para aplicar a reforma trabalhista irá colocar a vida do trabalhador brasileiro de cabeça para baixo, com trabalho intermitente, terceirização, obstáculos ao questionamento na Justiça do Trabalho e com a tentativa de enfraquecer e afastar o movimento sindical dos trabalhadores.

Ao mesmo tempo, 2018 nos reserva a fundamental oportunidade de mudar os rumos da nossa política, com as eleições para presidente, deputados e senadores. Vamos ter de nos colocar de forma atenta e comparar discursos e práticas, priorizar candidatos que se colocaram contra a retirada de direitos, que votaram contra a reforma trabalhista, a lei da terceirização, a reforma da Previdência. O espaço da política precisa ser ocupado por pessoas que mereçam nossa confiança e que tenham compromisso com políticas que promovam a igualdade e a reversão do quadro de retirada de direitos instalado em 2017.

Teremos de construir a resistência e a esperança. Resistência também dentro das fábricas para combater a aplicação da reforma trabalhista. Para isso, temos uma arma fundamental, também garantida com a luta, que é a nossa Convenção Coletiva, que foi renovada na Campanha Salarial e que também inclui salvaguardas contra a reforma trabalhista. Mas, não podemos baixar a guarda. Esteja vigilante e se organize com o Sindicato para resistir.

É na resistência que vamos construir a esperança. E o filósofo Mario Sérgio Cortella define o que é uma esperança ativa: “aquela que vai buscar”, aquela que orienta, que é corajosa, que não espera. Essa é a nossa esperança, porque é de trabalhadores, e, para nós, a luta é permanente, para transformar e conquistar aquilo que tanto sonhamos e merecemos: Saúde, Educação, Cultura, Trabalho Decente, um Brasil melhor, Justo, de todos.

Desejamos a todos boas festas e um ano novo cheio de Esperança e Resistência.

Diretoria

Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18