O professor português José Pacheco aposta na mudança de mentalidade dos professores, e no apoio dos pais e governantes para haver inovação e melhorias na educação. “Existe 25 maneiras de ensinar a ler”, enfatizou durante bate papo na sexta-feira, 27, na sede do Sindicato, com a diretoria da nossa entidade, e profissionais de educação.

Pacheco se tornou mundialmente conhecido por revolucionar uma escola pública portuguesa, a Ponte, utilizando uma metodologia ousada: ele acabou com turmas, salas de aula, disciplinas e passou a ensinar conforme a motivação dos alunos. A inovação aconteceu gradualmente depois que percebeu deficiências no modo de ensinar.

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“Dava boas aulas, mas eles [os alunos] não aprendiam. Haverá outros modos?”, a partir desta pergunta ele descobriu que sim, e quando mudou o método de ensinar, que consiste em dar autonomia para o aluno, àqueles que não sabiam ler aprenderam em três meses.

Lá, são os próprios estudantes que se organizam em grupos para estudar, são autônomos para pesquisar, e apresentar os resultados.

Associação Eremim – Antes de ir ao Sindicato, o professor passou pela Associação Eremim e gostou do que viu. “Tem potencial, deu para perceber isso principalmente pelo comportamento das crianças. É o Âncora há quatro anos”, avaliou. Âncora é um projeto, localizado em Cotia, com os mesmos moldes da Escola da Ponte.

Segundo o educador, é preciso que as iniciativas isoladas sejam registradas, avaliadas e incentivadas para não serem perdidas. “São grandes metas e pequenos passos. Para consolidar um projeto [educacional] a colaboração tem que ser intensa, entre professores, governantes e pais”.

Para a diretoria do Sindicato, a experiência de Pacheco colabora para fortalecer a luta da categoria. “Nos faz pensar na formação dos trabalhadores, na educação como ferramenta para emancipação”, ressaltou o diretor Gilberto Almazan.