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Estamos pagando a falta de vacinas com a vida dos trabalhadores, diz Diesse

Por Rede Brasil Atual | 08 abr 2021

O Brasil ultrapassou nesta quarta-feira, 7, a marca de 340 mil mortos por covid-19, segundo Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde). Nas últimas 24 horas, foram registradas 3.829 vítimas. Enquanto medidas para a contenção do vírus seguem tímidas, o país atravessa o pior momento da pandemia registrando a cada dia mais mortes de trabalhadores. Para o Dieese, estamos pagando a falta de vacina com a vida dos trabalhadores.

A avaliação foi feira durante entrevista para a Radio Brasil Atual, que divulgou levantamento realizado pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data, publicado na segunda-feira, 5, pelo jornal El País Brasil. O estudo mostra o aumento da letalidade entre trabalhadores considerados essenciais, e que deveria ter prioridade na fila da vacina.

Mais de 340 mil pessoas já perderam a vida em decorrência da covid-19Foto: Chico Batata

Entre janeiro e fevereiro deste ano, com o agravamento da pandemia, frentistas de postos de gasolina, caixas de supermercado e motoristas de ônibus tiveram aumento de mais de 60% nos óbitos registrados, na comparação com o mesmo período de 2020, ainda antes da eclosão da doença.

Trabalhadores 

O estudo, feito com as bases de dados do Novo Caged, ligado ao Ministério da Economia, inclui apenas os trabalhadores formais. Mas, de acordo com o supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, os índices de letalidade para os trabalhadores informais devem equivalentes.

Além da demora na prorrogação do auxílio emergencial – que voltou a ser pago com valores ainda mais reduzidos – Pagani atribui a gravidade desses números, tanto dos trabalhadores formais, quanto informais, ao atraso do governo federal na aquisição de vacinas. Da mesma forma, esses índices de letalidade demonstram que tais grupos também deveriam ser incluídos entre os prioritários a serem vacinados.

“Houve a vacinação dos profissionais de saúde. Estão na fila os profissionais da segurança pública e educação. A gente vê, por esses dados, que outros setores também deveriam ser priorizados. Mas como não houve a compra das vacinas por parte do governo quando havia a disponibilidade, agora a gente está pagando esse preço da pior forma possível. Com morte de trabalhadores”, afirmou o supervisor do Dieese, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira, 6.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18