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Sindicato reforça ato em defesa dos empregos e contra o fim da produção da Ford no Brasil

Por Auris Sousa | 21 jan 2021

Em um grande ato de solidariedade, o Sindicato uniu forças nesta quinta-feira, 21, com diversas entidades em ato contra o fim da produção da Ford no Brasil.  O protesto aconteceu em frente a concessionária da montadora no Ipiranga, em São Paulo, e chamou atenção da sociedade para os milhares de empregos que serão perdidos com o encerramento das atividades.

“Esse é um ato que chama atenção para os milhares de empregos que serão perdidos com o fechamento da Ford. Também reforça a necessidade do fortalecimento da indústria. Sem ela, não temos progresso, não temos trabalhos qualificados”, enfatiza o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan.

Diretoria do Sindicato presente em ato contra o fim da produção da Ford no Brasil

Ato em todo Brasil 

Atos contra o fim da produção da Ford no Brasil acontecem hoje em frente a pelo menos uma concessionária da montadora em cada capital de Estado. Eles fazem parte de uma série de ações programadas pelas centrais e sindicatos para tentar reverter a decisão da montadora, que em plena pandemia do novo coronavírus, anunciou em 11 de janeiro o fechamento de três fábricas no Brasil: em Camaçari (BA), onde produz os modelos EcoSport e Ka; Taubaté (SP), que produz motores; e Horizonte (CE), onde são montados os jipes da marca Troller.

Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com as demissões de aproximadamente 5 mil na Ford, haverá uma perda potencial de 118.864 mil postos de trabalho diretos e indiretos, com uma perda de massa salarial de R$ 2,5 bilhões aos trabalhadores.

Ato reuniu trabalhadores de diversas categorias em frente a concessionária da Ford no Ipiranga

Miguel Torres, presidente da Força Sindical afirma que, “ao fechar uma fábrica com mais de cem anos no Brasil, demonstra um caminho perigoso para o país que é a desindustrialização. Com isso fecha-se bom empregos, prejudica mão de obra especializada, sem contar os trabalhadores indiretos, como vendedores de concessionárias e lojas de autopeças.”

Para o líder sindical KD, a sociedade tem que entender melhor o que está em jogo com o fechamento da montadora. “A população não tem noção do quanto uma montadora influencia no mercado de trabalho. São muitos empregos que estão em jogo. Por isso que é importante todos se unirem. No ato de hoje, contamos com a participação de diversas categorias, como os químicos, padeiros, comerciários. Este exemplo de união tem que reverberar na sociedade”

O líder sindical Manguinha reforça que o fechamento das fábricas vai impactar toda economia. “O fim da produção da Ford vai desencadear milhares de demissão até mesmo fora da cadeia automotiva. O impacto é enorme. A mobilização é necessária e tem que ser reforçada para evitar mais prejuízos para o nosso país e que outras empresas façam o mesmo”, enfatiza.

O ato faz parte de uma série de ações programadas pelas centrais e sindicatos para tentar reverter a decisão da montadora

Desemprego 

Atualmente, são 14 milhões de pessoas desempregadas no Brasil. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar Primeira Edição, o professor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP, Paulo Feldmann, disse que a vacinação e programa de geração de empregos são as medidas mais importantes para a retomada econômica brasileira.

A mesma avaliação é defendida pelas centrais sindicais, que durante o ato de hoje também enfatizaram a importância da vacina, do auxílio emergencial e da geração de empregos para melhorar a economia brasileira.

Protocolo de Segurança – Para evitar a contaminação por covid-19, os trabalhadores que participaram do ato usaram máscara e utilizaram álcool em gel.

Veja trecho do ato de hoje:

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18