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USP foi fundada para formar elite, avalia professor

Por Auris Sousa | 22 mar 2013

Contrário a posição da USP de resistir a implantação da lei de cotas, o professor da Universidade e membro do Núcleo de Pesquisas e Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro, Dennis de Oliveira, avalia que a universidade “foi fundada para formar elite”. O assunto foi abordado no programa Visão Trabalhista em Debate, que tratou sobre “Discriminação Racial”.

Além disso, segundo ele, a contribuição que a universidade tem dado para a resolução dos problemas sociais do Brasil é muito pequena. “As cotas são importantes, inclusive, para redirecionar a USP e a Unicamp etc, e elas serem uma faculdade diferente. Há uma resistência em função disso, elas não querem se modificar”, explica.

Projeto que adia a inclusão na universidade

Durante o programa, Dennis se disse contrário ao Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público), projeto que deve ser adotado pela USP  para a inclusão de alunos negros e de escolas públicas.

Ele prevê que 50% das matrículas em cada curso sejam destinadas, até 2016,  aos alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas.  Desse total, 35% devem ser para pretos, pardos ou indígenas. Até 40% desses estudantes devem ingressar a partir do Ices (Instituto Comunitário de Ensino Superior), que vai oferecer cursos preparatórios com duração de dois anos. Os quais garantem o diploma universitário e o ingresso automático nas universidades públicas estaduais, desde que o aluno tenha aproveitamento mínimo de 70%, em cada ano.

Para Dennis, este projeto tem vários problemas, porque cria uma antisala da universidade por meio do Ices, que colabora para a desistência do ingresso às universidades públicas. “Cria uma série de exigências, que servem muito mais para afastar e criar uma resistência do aluno para entrar numa universidade pública, do que qualquer outra coisa. É um diploma de consolação. É uma forma de contemplar uma demanda de forma parcial, do que necessariamente garantir a entrada numa universidade pública”.

Produção do Sindicato – O programa Visão Trabalhista é produzido pelo Sindicato, apresentado pelo jornalista Eduardo Cordeiro, gravado, veiculado na TV Osasco, no canal 6 da Net, e disponível no site e no canal do youtube da nossa entidade. Tratando de vários outros assuntos, o programa é mais uma ferramenta utilizada pelo Sindicato para informar, esclarecer e formar os trabalhadores e sociedade.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18