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Trabalhadores da região rumam à Avenida Paulista contra retirada de direitos

Por Auris Sousa | 28 jan 2015

Trabalhadores e sindicalistas de diversas categorias se encontraram na manhã desta quarta-feira, 28, no calçadão de Osasco, em frente à estação de trem, para seguirem juntos à Paulista. Na Avenida, acontecerá o ato pela revogação das MPs (Medidas Provisórias), que dificultam o acesso ao seguro-desemprego, auxílio-doença, e demais direitos trabalhistas.

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Essa é a primeira manifestação, organizada este ano pelas centrais sindicais. “Queremos discutir e avaliar as propostas feitas pelo governo. Essa manifestação é importante, porque não podemos permitir retrocessos em direitos conquistados pelos trabalhadores”, enfatizou o presidente do nosso Sindicato, Jorge Nazareno.

“Não podemos pagar uma conta que não é nossa. O protesto de hoje é só o início, temos que apoiar quaisquer manifestações em defesa dos direitos históricos dos trabalhadores”, reforçou o presidente do Cissor (Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco e Região), José Elias de Gois.

A maioria das mudanças entram em vigor a partir de março. Uma delas altera o valor do auxílio doença, que passa a ter como base os últimos 12 salários, não mais os 80% maiores salários recebidos pelo trabalhador, como estabelece a lei atual.

Falta informação – Marcelo Aparecido Crispim, de 30 anos, deparou-se com a movimentação dos sindicatos da região e foi pego de surpresa. “Ouvi falar de algumas mudanças, mas não sei ao certo o que está acontecendo”, contou ele, que trabalha numa construtora, em Osasco. “Mas acho que deve prejudicar a gente”, completou.

Enquanto Crispim está por fora das mudanças, José Cândido de Oliveira, de 55 anos, tem muito a dizer sobre o assunto. Pedreiro, ele já se preocupa com as alterações no seguro-desemprego. Ele tem ciência que as medidas não vão facilitar o acesso ao benefício. Isso porque para solicitá-lo pela primeira vez, o trabalhador terá de ter ficado ao menos 18 meses no último emprego. A regra anterior era de seis meses.

“O governo quer lascar o trabalhador. Quem é pedreiro sabe: quando uma obra acaba, também acaba o contrato na carteira. A nossa vida é assim: pular de obra em obra. Num ano tem bastante trabalho, no outro a gente fica parado”, lamenta Oliveira.

Para ele, o benefício é um alivio. “Quando a gente fica parado [desempregado], conta com o seguro para passar o sufoco. Hoje, em casa, só tem eu e a mulher, mas mesmo assim temos gastos. Imagina aqueles que ainda têm criança pequena [para sustentar]”, observa.

Com a bolsa entre o peito e as mãos, Oliveira conta: “Fiquei sabendo das mudanças pelo jornal, mas a maioria das pessoas não se informa. A população tem que assistir mais jornal”.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18