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Sindicalistas perseguidos pela ditadura são homenageados em SP

Por Auris Sousa | 01 out 2013

Emoção e reconhecimento, resumem o ato unitário desta terça-feira, 1°, que homenageou dezenas de sindicalistas que foram perseguidos e/ou torturados no período da Ditadura Militar. O evento aconteceu no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo e foi organizado pelas centrais sindicais.

Entre os sindicalista homenageados estavam Raphael Martinelli, Clodsmith Riani, e o ex-diretor do Sindicato Manoel Dias do Nascimento, o Neto. “A homenagem é realmente muito importante, porque fortalece o movimento sindical e quem está à frente dele, como o Jorginho em Osasco que é desdobramento do que fizemos em 62”, avaliou Neto.

Ele ainda enfatizou que “não podemos esquecer das lideranças passadas, como José Ibrahim, que dizia que o trabalhador não deve se render com facilidade”. Ibrahim foi presidente do Sindicato em 68 e morreu em 2 de maio deste ano.

Depoimentos – O ato também contou com depoimentos de Martinelli, Riani, Oswaldo Lourenço, líder portuário em Santos, e Alcídio Boano, líder dos condutores de São Paulo.

Martinelli e Riani comandaram o movimento sindical antes de 1964. No período do golpe militar, foram perseguidos e torturados. Martinelli ressaltou que a sua grande satisfação hoje é ver as centrais representadas no grupo de trabalho. Além disso, ele enfatizou que os torturadores não podem ficar impunes. “Essa gente cometeu crimes inimagináveis e precisam pagar por seus crimes. Eles prenderam ilegalmente, torturaram, saquearam, estupraram e mataram centenas de militantes políticos”, enfatizou.

Já Riani contou que quando foi preso o coronel do batalhão, de Juiz de Fora, pediu para ele assinar uma falsa confissão, que afirmava que Brizola e Jango eram comunistas. “Não assinei, pois eles não eram. Saí da sala e passei por um corredor polonês de militares chutando meus tornozelos”, relembrou.

Em vídeo exibido no ato, Alcídio Boano, contou que foi preso e torturado também deivo a sua militância sindical. Presente no evento, enfatizou que passou por dez cirurgias, para voltar a enxergar. A última operação aconteceu há poucos meses atrás. Segundo ele, o problema na visão surgiu por ler no escuro enquanto esteve preso no DOPS.

O santista Oswaldo Lourenço, ex-líder portuário, foi preso e torturado duas vezes “Tudo que passei foi devido a minha consciência de operário. Hoje é a minha experiência e não me arrependo de nada”, afirmou.

Dê seu depoimento- Durante o evento foi distribuído questionário para mapear crimes da ditadura contra os trabalhadores. Informações e contribuições sobre perseguição e tortura na época da ditadura podem ser enviar pelo e-mail: [email protected] ou celular (11) 9 7110-2474 (vivo).

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18