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“Se a mulher não rompe o ciclo, o caminho é a morte”, afirma especialista

Por Cristiane Alves | 07 dez 2012

A história de opressão cultural que está por trás do Ciclo da Violência contra a mulher foi o assunto da Roda de Conversa com a especialista no assunto e historiadora, Celina Simões, na noite de quinta-feira, 6, na sede do Sindicato.

Celina explicou a opressão histórica contra a mulher

Celina, que era membro da equipe de atendimento da Casa Sophia, situada no Jardim Ângela (zona Sul de São Paulo), partiu de casos de mulheres que sofreram violências psicológica e física para demonstrar como se dão as agressões, os comportamentos dos agressores e da vítima perante o problema.

As agressões seguem um padrão, que dão origem ao Ciclo: começam com a violência psicológica, quando o agressor procura retirar a autoconfiança e autoestima da mulher. “Ela é colocada como coadjuvante da história dele”, explicou Celina.

A violência física e até o homicídio é questão de dias, por isso, quando procura ajuda, essa mulher pode ir para um abrigo para salvaguardar sua vida e a de seus filhos. “Se a mulher não rompe o ciclo, o caminho é a morte”, advertiu Celina.

Em geral, mesmo indo para um abrigo, a mulher pode retomar a relação com o agressor. É a chamada fase de “lua de mel”, porém, como é um ciclo, o passo seguinte é a volta das agressões.

História de opressão – Segundo Celina, esse comportamento por parte da mulher é decorrente de uma história de opressão, difundida por meio da religião, da filosofia, da cultura, que gera dependência em relação ao homem e sentimento de inferioridade. “Existe uma história opressora de séculos que explica o fato de tantas mulheres suportarem tanta violência”, explicou.

A saída para isso é aumentar o nível de debates, de reflexão, de estudos, de ações e também o modo como as crianças são criadas, de modo a não reproduzirem a cultura patriarcal e machista.

16 dias de ativismo – A Roda de Conversa foi mais uma das atividades promovidas pelo Sindicato para marcar os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher. Uma campanha que busca sensibilizar a sociedade a respeito da questão, que termina na segunda-feira, 10, Dia dos Direitos Humanos. Outra iniciativa foi o debate com a categoria nas assembleias de porta de fábrica.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18