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Comissão Municipal da Verdade de Osasco
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Porque a verdade sobre a ditadura nos interessa

Por Auris Sousa | 27 out 2015

Após mais de um ano de trabalho, a CMVO (Comissão Municipal da Verdade de Osasco) entregou ao Prefeito Jorge Lapas suas recomendações para que a sociedade não esqueça que tivemos uma ditadura civil-militar sanguinária no Brasil (de 1964 a 1985) e para que isto nunca mais aconteça.

Que importância isto tem para os trabalhadores? Basta lembrar que a ditadura interveio em centenas de sindicatos, proibiu a livre negociação salarial impondo a lei do arrocho, acabou com a estabilidade no emprego, proibiu as greves.

O grande empresariado se associou e tirou proveito desta situação. Começou a reinar um regime militarizado nas fábricas: espiões foram infiltrados na produção, quem protestava entrava para a “lista negra” e não conseguia mais empregos, todas as formas de organização eram classificadas como “ameaças à Segurança Nacional”. Sem poder resistir abertamente, os trabalhadores não conseguiram impedir que os salários reais caíssem e a exploração aumentasse.

Os militares estenderam as mãos para os empresários: prendiam e torturavam quem os capitalistas apontavam, em listas encaminhadas ao DOPS. Os empresários retribuíram aos militares: davam apoio político à ditadura, doavam dinheiro e recursos, como veículos e imóveis, para ações repressivas.

Tanto é que o Ministério Público Federal aceitou no dia 22 de setembro denúncia contra a Volkswagen por sua responsabilidade na repressão e tortura a seus trabalhadores. Hoje alguns defendem a volta dos militares ao poder. Só que por não saber a verdade sobre o passado pode acreditar que isto seria bom para os trabalhadores.

Murilo Leal

Professor da Unifesp de Osasco

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18