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Nosso futuro está nas ruas

Por Auris Sousa | 23 mar 2016

Nada menos que inesperadas um milhão de pessoas saíram às ruas no último dia 18 – cerca de 500 mil na Avenida Paulista – em defesa da legalidade e dos mandatos legitimamente conquistados nas urnas e reagindo às invasões à privacidade de pessoas e vazamento de conversas particulares por membros do próprio Judiciário.

Cinco dias antes, em 13 de março – dia do 52º aniversário do comício pelas reformas de base da Central do Brasil (diga-se, reformas bloqueadas pelo golpe de 64) – outras 2 milhões de pessoas (perto de 800 mil na mesma Paulista) também haviam se reunido para exigir o impeachment da presidente e a prisão do ex-presidente.

Não se trata de um campeonato de números, para saber quem consegue levar mais gente às ruas. Mas do respeito ou não às leis vigentes e à real vontade do povo. Está marcada, a propósito, outra mega-manifestação nacional para o próximo dia 31 de março (coincidentemente o dia do golpe de 64). A disputa em torno do futuro do país depende, portanto, não apenas de deputados e juízes, mas também das ruas!

O momento exige reflexão e prudência do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Decisões baseadas na pressão dos grandes jornais e da televisão, na emoção ou no oportunismo político, podem provocar o agravamento da crise. É hora, portanto, de ponderar os riscos e evitar a provocação e os tumultos. De ouvir as próprias consciências e levar em conta os ensinamentos da nossa história e os interesses profundos da maioria do nosso povo, que se cansou do título brasileiro de campeão mundial das desigualdades econômicas e sociais.

Antonio Roberto Espinosa
Ex-metalúrgico (Cobrasma),
Doutor em ciência política pela USP,
Professor de Teoria Política da Unifesp,
Jornalista (Batente e Primeira Hora)

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18