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Mundialização do capital

Por Auris Sousa | 25 set 2015

A foto do menino Aylan Kurdi estirado na praia (Meu Deus, aonde nós chegamos!) rodou o planeta gerando uma comoção internacional, chamando atenção para a crise humanitária de mobilidade criada pela desestruturação de vários países, pois não há livre trânsito de pessoas no mundo.

Mas, embora a chamada globalização proponha nenhuma dificuldade de movimentação de trabalhadores, de produtos e de capital, como mecanismo de diminuição das diferenças mundiais, o que se implantou foi a facilidade de deslocamento do dinheiro, sem amarras. Aplicar ou receber dinheiro do exterior, não tem mais obstáculos.

Já para entrar nos EUA e na Europa para trabalhar, as dificuldades são quase infinitas. A tal globalização existe sim, para o capital, o dinheiro. Por isso o economista François Chesnais propôs que se abandonasse o termo globalização, que significaria livre circulação de tudo, para mundialização do capital, que é, em última instância, o objetivo supremo da doutrinação das maravilhas da globalização. O que se quer é retirar todo e qualquer empecilho para que o capital complete, rapidamente, seu circuito de acumulação, para que o sistema financeiro, os donos do dinheiro, façam o “milagre” de multiplicação dos lucros.

Antônio Carlos Roxo,
economista, doutor pela USP, analista da Fundação Seade,
é professor e membro fundador do Grupo de Estudos
de Comércio Exterior e Relações Internacionais do Unifieo – GECEU
e do Comitê de Incentivo ao Comércio Exterior da Região Oeste- CICERO

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18