Disposição de organização para lutar pelas condições de igualdade no ambiente de trabalho e na sociedade. Esse é o saldo de um final de semana de muito aprendizado, troca de experiências e companheirismo, no encontro sobre Igualdade de Oportunidades que reuniu dezenas de metalúrgicas na colônia de férias, em Caraguatatuba, no sábado e domingo, 28 e 29.

Toda essa disposição é necessária para enfrentar a realidade, que, apesar das melhorias dos últimos anos, ainda é marcada pela discriminação. No setor metalúrgico, as mulheres são 19% da força de trabalho – 465 mil trabalhadoras em todo o Brasil. Mas, elas ganham 29% a menos que os homens, como apontou a técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconomicos), Camila Ikuda.

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Além da diferença salarial, a falta de reconhecimento na hora de uma promoção foi outro problema apontado pelas companheiras. “Os cargos de chefia onde eu trabalho, a maioria, é mesmo ocupado por homens. Sou formada e não me dão oportunidade lá dentro”, identificou uma companheira de Jandira.

Outra situação apontada foi a dificuldade que as empresas têm em reconhecer as responsabilidades familiares de homens e mulheres, ao dificultar a participação deles em reuniões escolares e acompanhamento de filhos ao médico, descontando no pagamento. “Se a gente vai numa reunião dos filhos, a empresa desconta. Isso é uma situação para a gente lutar contra”, defendeu uma trabalhadora de Osasco.

Diante de tantos problemas, as companheiras também mostraram que sabem o caminho para chegar a solução: como a implantação de cargos e salários, fortalecimento da solidariedade para enfrentar questões como o assédio moral e lutar para o reconhecimento do direito de acompanhar filhos ao médico e nas atividades escolares.

E as companheiras já saíram de lá com o convite de fortalecer o coletivo Mulheres Sindmetal, cuja próxima reunião é em 11 de abril na subsede de Cotia, das 9h às 12h, para construir os próximos passos.