Os metalúrgicos e as empresas Ctrens e CAF vão ter 30 dias para negociar a possibilidade de implantação de um plano de cargos e salários, reivindicação que motivou a greve dos trabalhadores. O prazo foi acordado em audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira, 5, no TRT-2ª Região (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo).

Os metalúrgicos voltam ao trabalho em estado de greve, a partir desta sexta-feira, 6. Será estabelecido um calendário de reuniões para que se busque um acordo sobre a reivindicação. Ficou marcado audiência para 3 de julho. Se até esta data não houver acordo, o Tribunal irá julgar a greve.

Também foi definido que as empresas devem reembolsar os dois dias de trabalho que havia descontado dos salários dos trabalhadores referente ao mês de maio, correspondentes ao período de greve. Tal desconto é ilegal. No período da negociação estão proibidas demissões.

Vitória – O prazo foi avaliado como uma vitória pelos trabalhadores que compõem a comissão que acompanha as negociações e que estiveram na audiência. “Se a gente não tivesse feito a greve, não tinha chegado aqui. Uma greve por cargos e salários não chega no resultado do dia para a noite”, avaliou um deles.

O caminho é dar continuidade na organização. “Tem que continuar a unidade para que nestes 30 dias a gente consiga negociar”, resume outro companheiro.

Por isso, nesta sexta-feira, 6, a partir das 8h, tem assembleia na porta da CTrens/Caf para informar os companheiros sobre o resultado da audiência e definir os encaminhamentos das negociações.

Histórico – A greve dos metalúrgicos da CTrens/Caf completou uma semana nesta quinta-feira. Foi declarada após várias rodadas de negociações e diante da última proposta apresentada pelas empresas, no dia 29 de maio. A proposta consiste em mudança dos atuais auxiliares para oficiais, sem que aja elevação salarial, o que é visto pelos trabalhadores, na prática, como precarização.