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Metalúrgicos da Ctrens/ CAF entram no 2º dia de greve

Por Cristiane Alves | 30 maio 2014

Os metalúrgicos da Ctrens/CAF, de Osasco, entram nesta sexta-feira, 30, no segundo dia de greve para cobrar a instituição de plano de cargos e salários.

Depois de várias rodadas de negociações, os trabalhadores resolveram entrar em greve na manhã de quinta-feira, 29, porque não houve avanços nas negociações. A última proposta prevê a eliminação do cargo de auxiliares com a consequente mudança de nomenclatura para oficiais, sem que aja elevação salarial, o que é visto pelos trabalhadores, na prática, como um rebaixamento de função. “É ridículo”, resume um dos trabalhadores.

A greve mostra a indignação dos trabalhadores com o modo como são tratados. Eles denunciam desvio de função nas empresas: há auxiliares exercendo função de oficial, eletricistas em função de mecânicos e vice-versa, entre outros exemplos. “A gente faz condução de trem. Não contratam maquinista. Você corre o risco de descarrilar. Não tem treinamento. Você aprende fazendo tudo aqui dentro”, denuncia outro companheiro.

A situação deixa claro que melhorar as condições de trabalho na Ctrens/CAF é também pensar na segurança de todos os trabalhadores que usam os trens da CPTM. “Teve o caso de um cara que foi colocar uma válvula de nivelamento, sem isolar o ar. Ele só descobriu depois o que tinha de ser feito e concertou ai contou para nós. E se ele tivesse errado? Ninguém ia assumir. Ele não é mecânico” conta outro trabalhador.

Os trabalhadores se queixam do modo como é feita a atual avaliação. “A gente tem que ter CREA para ganhar promoção, só que o cara que me avalia não tem”, analisa um companheiro.

Isso tudo reflete na disposição. “A gente fica desmotivado. Cai o rendimento e o maior prejudicado é o usuário”, reconhece outro metalúrgico.

Mas, a CAF/ Ctrens parece alheia a essas questões. Tanto que mantém o silêncio desde que a greve foi declarada. “A expectativa do Sindicato é que a empresa resolva o impasse no diálogo, mas caso seja necessário ir ao Tribunal, vamos expor os problemas na forma como acontecem”, afirma o diretor do Sindicato, Marcos Roca.

A CAF/ Ctrens presta manutenção aos 61 trens das linhas 8 e 9 da CPTM. Por dia, em média, 15 trens param para manutenção.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11