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Maioria dos desligamentos é feito por iniciativa do empregador, aponta Dieese

Por Auris Sousa | 13 ago 2014

A demissão sem justa causa está no topo do ranking entre os motivos de desligamento no setor metalúrgico. Em 2007, o motivo representou 57,3% das dispensas e 55,6% em 2012. É o que mostra o livro “Rotatividade e políticas públicas para o mercado de trabalho” lançado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na quarta-feira, 6.

“A rotatividade impede o crescimento da renda do trabalhador, que tem seu salário rebaixado, e prejudica o desenvolvimento da economia. É um prejuízo grande para todo país”, avalia o presidente do Dieese, Antonio Souza, que também é diretor do Sindicato.

O segundo motivo de desligamento foi a demissão a pedido do trabalhador: 17,7% em 2007 e 21,9% em 2012.

Na metalurgia, em 2012, a taxa de rotatividade foi de 45,3%. Ela indica que, “a cada 100 metalúrgicos contratada neste período, mais de 45 substituíram outros trabalhadores”. Os segmentos com maior desligamento foi o de siderurgia e metalurgia básica (355,6 mil), seguido máquinas e equipamentos (293,9 mil) e eletroeletrônico (196,170 mil).

Tempo de permanência – O estudo revela que o tempo médio de permanência no emprego em 2012, em todos os segmentos, foi de até um ano (com 56,6%). Neste período, os segmentos naval e máquinas e equipamentos foram os que mais demitiram.

Perfil dos demitidos – Segundo o livro, o perfil dos trabalhadores desligados é semelhante os  dos ativos: a maioria é homem, com um leve crescimento na participação das mulheres. Np que se refere a cor, naval foi o segmento que mais demitiu trabalhadores negros, com 49,5% dos desligados em 2007 e 48% em 2012.  Os mais atingidos pela rotatividade são os jovens, na faixa etária de 18 a 39 anos.

Demais categorias – Além do Metalúrgico, o livro aborda, separadamente, como a rotatividade se comporta nos setores Químico, Bancário, da Construção, do Comércio e de Alojamento e Alimentação. As análises foram feitas a partir dos dados da Rais (Relação de Informações Sociais), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). A publicação foi feita pelo Dieese com apoio da FES (Fundação Friedrich Ebert), com base em uma série de seminários realizad0s, entre outubro de 2012 e agosto de 2013, os quais reuniram dirigentes de entidades sindicais de trabalhadores.

As atividades pretendiam analisar como a rotatividade se manifesta em cada setor e quais são as características, as diferenças e as semelhanças. O resultado dessas ações deu origem ao livro. Nas considerações finais, o leitor encontra as propostas dos seminários para combater a rotatividade setorial. 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18