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EDIÇÃO # 10
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Brasil exporta morte por meio do Amianto; delegação internacional protesta contra

Por Auris Sousa | 07 maio 2019

A utilização e comercialização do amianto foi proibida no Brasil pelo STF (Supremo Tribunal Federal), após intensa mobilização social. Apesar disso, a exportação da fibra, considerada cancerígena, ainda é permitida para países, como Tailândia, Índia e Indonésia. A denúncia foi feita por uma delegação internacional durante a celebração do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que aconteceu em 27 de abril na sede.

Delegação internacional denunciou exportação do amianto

Para Firman Budiawan, da Rede do Banimento do Amianto na Indonésia, é importante que o Brasil se mantenha firme também na luta pelo fim da exportação para outros países. “A Indonésia é o segundo país do mundo que mais consome amianto. O Brasil é o terceiro maior exportador para Indonésia. A luta pela saúde, pelo fim do amianto dentro e fora deste país tem que ser permanente”, destacou.

Delegação presenteou o Sindicato com uma bandeira, estampada com a frase de socorro: “Parem de exportar o amianto brasileiro para a Ásia – mortes por amianto nunca mais”

Laurie Kazan-Allen, coordenadora do Secretariado Internacional do Banimento do Amianto na Inglaterra, agradeceu a luta do Sindicato contra o amianto e presenteou a entidade com uma bandeira, estampada com a frase de socorro: “Parem de exportar o amianto brasileiro para a Ásia – mortes por amianto nunca mais”.

“Temos que unir ainda mais as nossas forças para acabar com esta lógica de sobrepor o lucro à vida. Hoje além de trabalhadores de diversas categorias, a nossa luta ganha a participação de uma delegação internacional, que assim como nós não tem poupado esforços para garantir a segurança no local de trabalho”, ressaltou o presidente do Sindicato, Jorge Nazareno.

Parte destes esforços estão narrados no livro “Eternidade – A Construção Social do Banimento do Amianto no Brasil”, lançado pelos membros da Abrea (Associação Brasileira Dos Expostos Ao Amianto) de vários estados do Brasil, coordenados por Fernando Giannasi e Eliezer João de Souza.

A luta é permanente. Prova disso que, enquanto trabalhadores se reuniam pelo fim do amianto, por mais saúde e segurança no local de trabalho, senadores visitavam trabalhadores de mineradora em Minaçu, em Goiás, e pediam a liberação da fibra em território nacional.

Trabalhadores lotaram sede em nome da saúde

Vítimas – Foi o consumo desenfreado de amianto que prejudicou a saúde de dezenas de trabalhadores presentes no ato. Dois deles contaram o drama que vivem ao terem contraído câncer ao ficarem expostos a substância. Companheiros contaminados pelo Mercúrio também relataram sua rotina diária de medicamentos e dores, bem como as de companheiros que sofreram a perca de membros em decorrência de acidentes de trabalho.

 “Prestem mais atenção em quem está do seu lado. Temos que proteger uns aos outros. Só quem sofre um acidente sabe como é”, alertou o companheiro Gilmar, que após sofrer acidente, teve sua perna amputada, após contrair uma infecção hospitalar.

Clique aqui e acesse toda programação e fotos do ato.