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Reforma trabalhista vai aumentar assedio moral, alerta médica

Por Mamuths | 02 fev 2018

As mudanças previstas na reforma trabalhista vão causar grande estrago a saúde dos trabalhadores, aumentando, por um lado, acidentes, doenças ocupacionais, e, por outro lado, a subnotificação dos casos, diminuindo as possibilidades de elaboração de estudos que mostrem o tamanho do problema. Esse foi o alerta dos médicos do trabalho Paulo Moura, do Sindicato, e Margarida Barreto, que também é especialista em assedio moral, palestrantes da etapa de Barueri do 38º Ciclo de Debates. 

Uma das consequências será aumentar o presenteísmo, ou seja, com medo de perder o emprego e por conta da precariedade de contratos terceirizados ou intermitentes, o trabalhador irá optar por não faltar, mesmo estando doente. A perspectiva da médica é que os casos de assédio moral também irão crescer. “Assédio moral é uma forma de administrar o processo de trabalho”, define Margarida Barreto.

Em dossiê sobre a reforma o Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) também aponta preocupação com a saúde dos trabalhadores. Questões como jornada de até 12 horas, redução do horário de intervalo e formas de contratação que irão facilitar a rotatividade e a insegurança, como a jornada intermitente e a terceirização. “Quanto mais prolongadas as jornadas e menores os períodos de descanso, mais propensos estão os trabalhadores aos acidentes, seja por questões ergonômicas, cognitivas ou pelo contato mais prolongado com os respectivos agentes de risco”, aponta o documento.

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A consequência será o agravamento de problemas hoje existentes, como: ansiedade, isolamento, alcoolismo, uso de drogas, impotência sexual e até suicídio. “As pessoas terminam se matando por não suportar mais o ambiente de trabalho. Quando existe um suicídio relacionado a questões no trabalho, denuncia a falta de solidariedade dos companheiros de trabalho”, explica a médica. A perspectiva é também aumentar os acidentes graves, que já são um problema na nossa categoria, como mostra levantamento feito pelo Sindicato, também divulgado no Ciclo, em Barueri.

Por isso, o médico Paulo Moura orienta os trabalhadores a se prevenirem em relação a problemas futuros, notificando o médico da empresa, sempre que perceber alterações em sua saúde e, também, o Sindicato; além de exigir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), em caso de acidentes. “É importante notificar porque com esses documentos é que vamos acionar o Estado [em caso de acidentes ou doenças ocupacionais]”.

Daí, mais uma vez, a importância de fortalecer o Sindicato. “Temos de resistir de todas as formas, em conjunto. E só tem uma forma para isso é com o trabalhador dentro do Sindicato”, defende o secretário-geral, Gilberto Almazan.

O alerta chamou a atenção dos trabalhadores. “São coisas que acontecem e muitas vezes o funcionário não tem essas informações. Palestras como essas servem para a gente multiplicar essas informações, ainda mais com essas reformas”, avalia um companheiro da Altra.

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