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Desmonte de direitos ameaça a vida dos trabalhadores

Por Auris Sousa | 30 ago 2019

Foi com um resgate da história do Sindicato na luta pela saúde e segurança no local de trabalho que o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan, destacou durante sua palestra no “6º Congresso Internacional de Ciência do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde” o desmonte dos direitos e os riscos dele à vida dos trabalhadores. O encontro aconteceu na quinta-feira, 29, na Faculdade de Direito da USP.

Gilberto destacou, por exemplo, a atuação do Sindicato na luta contra o amianto e no combate aos acidentes com prensas. Foram duas grandes vitórias. Após muita pressão a fibra, considerada cancerígena, foi banida do estado de São Paulo, e mais tarde do país. A batalha pela preservação em máquinas rendeu um acordo, que depois deu início à NR (Norma Regulamentadora) 12, ao expandir para outras máquinas.

Secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan, falou sobre a luta por saúde e segurança dos trabalhadores

Foram anos de progresso na área, conquistado por meio da organização. “Também estivemos presentes na criação do Diesat e da primeira Semsat. Nossa luta sempre foi pela integração das ações dos Ministérios do Trabalho, da Previdência e da Saúde”, explicou ele que acredita, que as ações integradas das pastas agregariam ainda mais na preservação.

Ele lembrou que as dificuldades com a questão da saúde e segurança dos trabalhadores se intensificaram em 2010, quando os auditores fiscais começaram a ter metas. “Agora, [governo Bolsonaro] acabaram com os Ministérios do Trabalho e da Previdência. E querem acabar também com os sindicatos, mas não vão conseguir. De uma forma ou de outra a gente se reinventa”, enfatizou Almazan.

O professor Francisco Lacaz também fez um resgate cronológico sobre as relações de trabalho e saúde no Brasil. Forneceu subsídios sobre questões técnicas de saúde e segurança do trabalho. Também ressaltou a necessidade de os brasileiros terem consciência sanitária. “A população deve ter consciência que a saúde é um direito, e temos que lutar para que este direito seja garantido”, reforçou.

Já Mirian Pedrollo, médica do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) explicou que o Centro funciona como observatório do adoecimento pelo trabalho, que tem capacidade de estabelecer diagnósticos e propor intervenções individuais e coletivas para recuperação, prevenção, formação e qualificação. Ressaltou, inclusive, que a unidade de Campinas tem feito ações em escola infantil para já alertar as crianças dos riscos do trabalho.

Congresso O mediador da mesa, Eduardo Bonfim, coordenador do Diesat, finalizou ressaltando que: “O resgate da história é fundamental, já lutamos por melhores condições de trabalho. Refletir sobre os erros, sobre o passado é importante para encontrarmos soluções”.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18