A superação da crise econômica começa com a luta dos trabalhadores, em defesa da qualificação profissional, do fortalecimento da indústria, pela Pauta Trabalhista, contra o ajuste fiscal em cima dos mais pobres. Esse foi um dos consensos dos de debates realizados pelos metalúrgicos de todo o país, que se reuniram no Seminário Nacional da CNTM (Confederação Nacional Metalúrgica), nos dias 7 e 8 de outubro, em São Paulo.

Entre as propostas apresentadas ao final do encontro, está a busca de alternativas às demissões, incentivos à produção industrial brasileira, um programa de renovação da frota automobilística contra a estagnação econômica, qualificação e requalificação profissional, mais espaço para as mulheres em cargos de direção nas entidades sindicais, investimento em saúde do trabalhador e combate aos acidentes e doenças ocupacionais, mobilização pela redução da jornada de trabalho e demais itens da Pauta Trabalhista.

A CNTM também aprovou as propostas feitas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. Uma delas é o cumprimento da NR12 (norma regulamentadora que determina proteções coletivas em máquinas e equipamentos).

Outra proposta apresentada pelo nosso Sindicato e aprovada pelo Seminário é o fortalecimento da fiscalização em segurança e medicina do trabalho, respeitando a participação sindical e a Convenção 148 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que tem recomendado que as fiscalizações em saúde do trabalhador sejam planejadas, executadas e avaliadas em conjunto com os sindicatos.

Os metalúrgicos filiados à CNTM também vão fortalecer a luta para que o uso controlado do amianto não passe a vigorar no Brasil. Isso porque o Sindicato alertou os presentes sobre a instituição de uma Portaria pelo Ministério do Trabalho que cria uma comissão para discutir a mudança, indo contra a luta histórica pelo banimento.

Todas essas propostas serão detalhadas em discussões que irão acontecer nos sindicatos e nas Federações.

Para a vice-presidente da CNTM, Mônica Veloso, o encontro fortalece as lutas da categoria. “Permitiu uma troca de experiências muito grande. O setor sai fortalecido e com uma pauta mais clara e objetiva para dar diretriz para os sindicatos e Federações”, avalia Mônica que também é secretária-geral do nosso Sindicato (licenciada).

Além da realidade da categoria em todo o país, para os trabalhos, os metalúrgicos contaram com palestras sobre desindustrialização, conjuntura econômica e política, proporcionadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), economista Antônio Corrêa Lacerda e pelo analista político do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antônio Augusto de Queiroz.

Os participantes também conheceram os argumentos para vencer a resistência a contratação de pessoas com deficiências, apresentadas pelo coordenador do Espaço da Cidadania, Carlos Aparício Clemente. Já Mônica Veloso informou os companheiros sobre o trabalho das redes sindicais, junto as multinacionais.