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Michel Temer deve explicações sobre reunião com dono da JBS

Por Cristiane Alves | 22 maio 2017

Michel Temer veio mais uma vez a público se defender das acusações de que é alvo, no sábado, 20, o segundo pronunciamento em dois dias, após a divulgação da delação de um dos donos da JBS, Joesley Batista. No entanto, ainda faltam muitas explicações aos brasileiros.

Apoiando-se em matéria do jornal Folha de S.Paulo – que atestou que o áudio sofreu edições – o presidente alegou que a gravação de sua conversa com Joesley Batista foi alterada. Essa deve ser uma de suas linhas de defesa junto a Justiça. No entanto, o STF (Supremo Tribunal Federal) e a Procuradoria Geral da República se apoiam em outros documentos, que são base para abertura de inquérito contra Temer para investigar suspeita de obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.

Também não ficou bem explicada a reação do presidente em relação a confissão do empresário de que estava “segurando” juízes e procurador. Ele não tomou qualquer atitude, diante da confissão em viva voz de um crime; pelo contrário, respondeu “ótimo, ótimo”.

O mesmo empresário fez reclamações em relação ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e solicita mudança na direção do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Mas, Temer disse que só ouviu as reclamações, não tomou atitudes para atende-las. “Não há crime, meus amigos, em ouvir reclamações e me livrar do interlocutor, indicando outra pessoa para ouvir as suas lamúrias”. 

Temer indicou uma pessoa de sua “estrita” confiança, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) – cuja presença na reunião era esperada pelo presidente – para agir em seu nome na defesa dos interesses da JBS. O mesmo Rodrigo foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma bolsa com R$ 500 mil das mãos de Ricardo Saud, diretor do JBS.

O presidente também precisa explicar o fato de ter se reunido tarde da noite com um empresário – a quem o próprio Temer chamou de “falastrão” – e que esse compromisso não constava da agenda oficial, nem a facilidade que Joesley teve em entrar no Palácio do Jaburu, residencial oficial do presidente.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11