A Câmara dos Deputados decidiu nesta segunda-feira, 12, cassar o mandato do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e deixa-lo inelegível até 2027. Cunha foi acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido à CPI da Petrobras, ao negar a existência de contas bancárias na Suíça. A cassação foi aprovada por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções.

A passagem de Eduardo Cunha no legislativo foi marcada pelo ataque aos direitos humanos, às minorias, aos trabalhadores

Cunha também perde o foro privilegiado e pode ser julgado pelo juiz Sergio Moro. Ele é réu em dois processos que apuram sua participação no esquema de cobrança de propina em obras de empresas estatais.

Trajetória de ataques – A passagem de Eduardo Cunha no legislativo foi marcada por ataques aos direitos humanos, às minorias, aos trabalhadores. Foi o responsável pelo retorno da pauta de redução da maioridade penal para 16 anos no Congresso. Também é autor de um projeto que criminaliza qualquer pessoa que oriente uma gestante a realizar o aborto, mesmo em casos de estupro. Esse mesmo projeto também obrigaria as vítimas a buscarem uma delegacia de polícia antes de receber o atendimento na rede de saúde. Ele também foi o principal articulador do golpe de Estado contra a democracia. [Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil]