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20 mil mulheres marcham contra o racismo, a violência e pelo bem viver

Por Auris Sousa | 20 nov 2015

A quarta-feira, 18, foi mais um dia de luta em Brasília. Desta vez as protagonistas eram as mulheres, em sua maioria negras, que realizaram a 1ª Marcha das Mulheres Negras com o objetivo de chamar a atenção para o combate contra o racismo, a violência e pelo bem viver. Cerca de 20 mil pessoas participaram do ato, entre elas a nossa diretora Gleides Sodré e integrantes do coletivo das Mulheres Sindmetal.

A diretora Gleides Sodré, Josinalva, Renata e Edlaine representaram o nosso Sindicato na Marcha das Mulheres Negras

A diretora Gleides Sodré, Josinalva, Renata e Edlaine representaram o nosso Sindicato na Marcha das Mulheres Negras

 

Para Gleides, a ação foi um momento de reflexão e mostrou a capacidade de mobilização das mulheres negras. “Ficou claro durante a Marcha a força e disposição das mulheres de se tornarem protagonistas, e por isso a luta por justiça social não pode parar. Isso porque ainda temos muito o que avançar, são muitos os problemas que atingem homens, mulheres e jovens negros. Só por meio da luta é que vamos alcançar um mundo mais justo e igualitário”, avaliou a diretora Gleides Sodré.

Gleides tem razão, e os números comprovam que a desigualdade ainda é permanece em nosso país, embora tenha permanecido estável. Pesquisa divulgada pelo Dieese e Fundação Seade na terça-feira, 17, mostra que os negros ainda recebem, em média, os menores salários e sofrem mais com o desemprego em relação aos brancos.

Enquanto entre os negros a taxa se manteve em 12% em São Paulo no ano passado, o desemprego entre os não negros na região subiu de 9,4% para 10,1%. Em relação a salário, o estudo mostra que o valor pago pela hora trabalhada aos negros, em 2014, foi apenas 63,7% do total pago aos brancos.

Na quarta-feira, 18, a diretora Gleides marchou em Brasília contra o racismo, a violência e pelo BEM VIVER!

Na quarta-feira, 18, a diretora Gleides marchou em Brasília contra o racismo, a violência e pelo BEM VIVER!

No que se refere a violência, a situação também é preocupante. De acordo com o Mapa da Violência 2015, divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais, a quantidade de mulheres negras mortas cresceu 54% de 2003 a 2013, enquanto o número de mulheres brancas assassinadas caiu 10% no mesmo período.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) defendeu maior atenção às mulheres negras com mais de 60 anos. “Nós nascemos e queremos garantir a vida depois do nascimento. Nós nos tornamos jovens, adultas e envelhecemos. Queremos envelhecer com dignidade, respeito. Temos o Estatuto do Idoso, mas queremos que este estatuto tenha um recorte racial. Se somos maioria, envelhecemos também em maioria”.

Apoio – A subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, participou da Marcha. Ela destacou que o Brasil começa, a partir desta quarta-feira, 25, a campanha global de 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Com o lema “Tornar o mundo laranja”, a campanha presta solidariedade às mulheres e meninas em situação de violência no mundo e convoca a sociedade mundial para prevenir e eliminar a violência de gênero.

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18