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EDIÇÃO # 39
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Centrais sindicais organizam luta unificada pela Previdência Social pública

Por Cristiane Alves | 06 nov 2018

As centrais sindicais vão responder com organização e luta às pressões do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre a Previdência Social. Reunidas na quinta-feira, 1º, na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconomicos), elas decidiram intensificar a luta e realizar no próximo dia 12 um seminário para iniciar a organização da campanha nacional sobre a Previdência que os trabalhadores querem.

Reforma da Previdência não tem apoio popular. Foto: Mídia Ninja

Bolsonaro pretende colocar em votação ainda neste ano o projeto de reforma da Previdência do governo Temer e, ainda, estuda outra proposta que vai aprofundar as mudanças e acabar de vez com o direito a aposentadoria para a maioria dos trabalhadores.

Contra essa séria ameaça de retrocesso, as centrais divulgaram documento com as ações que pretendem adotar para informar a população sobre os riscos e organizar a resistência (leia ao lado).

Piorando o que era ruim – O projeto de Temer foi rejeitado pelos trabalhadores, porque colocava uma idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres e aumentava o tempo de contribuição para 40 anos. A proposta que a equipe de Bolsonaro analisa consegue ser ainda pior. Ela também inclui idade mínima de 65 anos, só que para homens e mulheres e eleva o tempo de contribuição para 40 anos, como divulgou a imprensa na mesma quinta-feira.

E vai além: cria uma espécie de renda mínima para todos os trabalhadores, independente de terem contribuído ou não, de apenas 70% do salário mínimo, reajustada somente pela inflação. Para ganhar mais que isso, será preciso contribuir com o sistema previdenciário. De acordo com a Folha de S. Paulo, que teve acesso à proposta, com 15 anos de contribuição, uma pessoa que ganha R$ 1.000 se aposentaria com um benefício equivalente a 88% da média das contribuições. Para atingir 100%, seria preciso contribuir por 40 anos.

Aqueles que pagarem acima de um teto intermediário de R$ 3.800 terão a diferença transferida para uma conta de capitalização individual, a ser resgatada no momento da aposentadoria. Essa mudança valeria para quem entrar no mercado de trabalho a partir de 2014. Entrega aos bancos a administração da aposentadoria do trabalhador.

Resista – Também acaba com o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e tira da Constituição benefícios previdenciários. Desmantela conquistas da sociedade contidas na Constituição de 1988. Por isso, fique atento, acompanhe as notícias divulgadas pelo Sindicato e centrais para ficar realmente informado sobre os impactos dessas mudanças e os prejuízos para você e sua família. Participe da resistência.