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EDIÇÃO # 17
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Greve expõe verdade histórica

Por Cristiane Alves | 29 maio 2018

Entre as virtudes da greve dos caminhoneiros está a oportunidade que nos deu de pensar sobre as condições de trabalho dessa categoria. Iniciada como um movimento dos caminhoneiros “autônomos”, mostra por si a precariedade a que estes trabalhadores estão submetidos: longas jornadas, sempre com a sua saúde e segurança em risco, sem garantias que lhes deem suporte, são tratados como se empresários fossem, tendo de assumir os custos da produção. E foram esses custos os fato gerador da greve.

Ao mesmo tempo, o movimento expôs para o Brasil uma verdade histórica: a opção pelo transporte rodoviário de mercadorias cobra seu preço. Uma opção feita desde o governo Juscelino Kubistchek, sob a constante pressão das montadoras, mostra agora o quão equivocada é. Um país com tamanha população, produção e dimensões como é o Brasil não se pode dar o direito do atraso que é sucatear sua malha ferroviária.

Além disso, a greve evidencia o equívoco e as injustiças por trás da política praticada pela Petrobras. Antes do golpe, os preços e a exploração do petroleo nacional eram definidos pelo interesse dos brasileiros. Agora, é baseada somente nos interesses do mercado internacional e, claro, que o interesse nacional e dos brasileiros vai ficar em último plano.

Ainda é possível correr atrás do prejuízo. As eleições estão ai. É o momento de cobrar e eleger projetos que sejam condizentes com as reais necessidades de desenvolvimento do nosso país. Isso inclui a revogação da reforma trabalhista e do conjunto de retrocessos impostos pelo governo Temer. Essa é a crítica construtiva que fazemos ao movimento dos caminhoneiros: é necessário incorporar reivindicações de classe, da classe dos trabalhadores, à qual está incluída os caminhoneiros, e menos reforço de palavras de ordem que só jogam contra os trabalhadores, como é a defesa da intervenção militar.

Jorge Nazareno

Presidete