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EDIÇÃO # 12
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Morte de metalúrgico mostra necessidade da luta por mais saúde e segurança

Por Cristiane Alves | 28 maio 2019

Há 40 anos, acontecia a primeira Semsat (Semana de Saúde do Trabalhador), com o objetivo de informar os trabalhadores sobre os riscos e a necessidade da luta para melhorar os ambientes de trabalho. O aniversário foi celebrado no sábado, 25, com um encontro organizado pelo Sindicato, Cissor (conselho intersindical da região) e movimentos sociais, na sede.

Mais que um evento, a Semsat representa um marco na organização e ação para defender condições de saúde e segurança, que fincou raízes cujos frutos temos hoje em cláusulas fundamentais de nossa Convenção Coletiva.

Um dos símbolos da Semsat é o Gibi dos Trabalhadores que, com ilustrações de Laerte e Fausto, fala da luta em defesa da saúde dos trabalhadores contra as doenças que afetam os pulmões, provocadas por poeiras.

 Luta que se faz cada mais presente e necessária porque as mortes, mutilações e adoecimentos no trabalho são problemas crônicos. Na quinta-feira, 23,um metalúrgico funcionário da empresa Atlas morreu enquanto trabalhava na instalação de um elevador num condomínio residencial que está em construção na rua da sede do nosso Sindicato. Diretores do nosso Sindicato compareceram ao local e acionaram o ministério do Trabalho para realizar fiscalização.

O fato não é coincidência. “Mostra a atualidade da luta por saúde e segurança”, avaliou o diretor Carlos Aparício Clemente. Luta que esbarra nos interesses empresariais. “A medicina do trabalho é a medicina do capital, é uma medicina patronal, os Sesmts (Serviço Especializado em Medicina do Trabalho) são sistemas de controle nos trabalhadores”, explicou o médico Herval Pina, um dos idealizadores da Semsat.

NR – Interesses representados no governo federal, que agora pretende acabar com as normas regulamentadoras das condições de trabalho na empresa, como adiantou o presidente Bolsonaro na semana passada. Contra isso, lideranças da nossa categoria se reuniram na Federação dos Metalúrgicos, na segunda-feira, 27, para articular ações de resistência. 

Na Federação dos metalúrgicos, dirigentes discutem defesa das normas de segurança

A pesquisadora da Fundacentro Arline Arcuri reforçou que todo este quadro reforça a necessidade de os trabalhadores se organizarem no seu Sindicato. “O trabalhador está muito mais individualizado no seu trabalho. Isso afasta do trabalhador a compreensão de que ele precisa de um sindicato. Desmobilizar os trabalhadores para que ele não perceba a necessidade do trabalho coletivo”, analisou.

É necessário lutar contra essa prática. “O Sindicato faz o chamado para a organização, venha fazer a luta com a gente porque os ataques a direitos só crescem e visam somente a atender os interesses patronais”, alerta o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan.